domingo, 29 de agosto de 2010

Arte ou vandalismo?



Olá humanos!

Não sei se vocês já perceberam, mas eu adoro discutir. Discutir, debater e dialogar(em um alto nível, obviamente) são algumas das minhas atividades favoritas.

E nessas discussões da vida, debati com meu querido mentor sobre as artes que são essencialmente urbanas, a mais conhecida, o grafite. 

Daí que eu descobri que para que se haja um grafiteiro, é necessário que este passe pelo piche, que é a assinatura do "artista". Muitos dos grandes grafiteiros que enfeitam a cidade com desenhos legais e psicodélicos, dando característica urbana que todas as cidades têm, começaram como pichadores, aos olhos da lei, começaram como criminosos.



O grafite é o reflexo do que o progresso e a urbanização são. É arte. Uma arte acessível aos olhos do povo, aos olhos de qualquer um que pare por dois minutos sua rotina caótica e observe ao seu redor. Pode ser em Brasília, Goiânia ou São Paulo. Eles estão por toda a parte, criticando a sociedade ou pelo simples propósito de enfeitar, dando cor aos berros acinzentados que o asfalto nos obriga a ouvir todo mísero dia.

Tá tudo muito lindo até o presente momento. Só que ao lado dos fantásticos grafites que borbotam nas paredes da pólis, figuram os, não tão belos, piches. 

E aí foi que a discussão pegou fogo. Se você prestou atenção, viu que eu realmente gosto dos grafites. Acho que eles dão característica de cidade a todas as cidades. Mas não gosto das pichações. Não consigo ver arte, por mais que alguns professores de arte insistam em defender essa forma de se expressar.



A questão que eu quero levantar é: Até onde podemos ser condescendentes com essa forma de expressão? 

Um dos motivos que meu mentor utilizou para defender esse atos, é a de que muitos jovens precisam achar uma forma de rebelar-se contra sua própria realidade. Eu não precisei pichar pra me firmar como ser social.(mas aí eu não posso me tirar como exemplo pra todo mundo não é? )Outro motivo é que muitos artistas(artistas de verdade) poderiam ter sido bem sucedidos, não fosse a repressão que a sociedade exerce contra esse tipo de atitude, classificada unanimemente como "vandalismo", sem considerar que muitos jovens não querem se tornar artistas, querem somente destruir, pelo prazer de agredir, de chocar, de sentir que sua atitude atinge as pessoas de certa forma. Nem que seja pela raiva.



É uma discussão delicada, porque mexe com vários choques conceituais. O que é arte? O que é vandalismo? O que é errado? O que é repressor? É difícil responder a todos esses questionamentos somente com a ajuda do Aurélio. Dentre as muitas coisas que falamos, falou-se sobre a beleza dos prédios. De que paredes brancas, amarelas e de várias cores não apresentam vida e que a pichação traz a vida que falta a todas essas muretas sem graça. Mas sem graça na visão do meu professor (e o que você pensa, mestre, também não pode ser  exemplo pra todo o resto, right?). O cara que pintou pode não achar graça na pichação. Pode preferir o muro branco e desprovido de vida que provavelmente ele pagou quando comprou a casa, ou paga no aluguel. Se trata de perceber que a minha liberdade termina, onde começa a do próximo. Eu não tenho obrigação de receber uma sprayzada no meu muro com uma inscrição que eu não entendo, de alguém que eu não conheço. É respeito ao meu espaço. Imaginem se um pichador resolve pichar o próprio muro. Ele gosta, ele acha bonito. Ótimo, o muro é dele, ele faz o que ele quiser. Mas e se eu não gostasse? Eu teria o direito de chegar quando não houvesse ninguém olhando, e dá-lhe tinta branca no muro? Da mesma forma que ele gosta dos caracteres indecifráveis, eu gosto da parede monocromática e chatinha. É o meu espaço, branco, sem graça, sem vida; é o espaço dele, pichado, alegre, vivo. Cada um com seu cada qual. 



A favor do grafite, contra a pichação agressora. Se quer treinar, compra uma tinta branca e usa em casa. Picha, pinta de novo, picha, pinta de novo. Vamos evitar destruir a cidade galera?

Fico por aqui humanos. Ósculos e amplexos.
XD

Assuntos do Post:
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#Vandalismo
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#Cidade
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#Respeito

Nesse post vocês conferiram os belíssimos trabalhos d'Os Gêmeos, paulistanos que hoje são os maiores nomes do grafite mundial. Entende-se porquê. =^.^=

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