terça-feira, 16 de novembro de 2010

Religião

Olá humanos!


Reflitam.

No escurinho do cinema...


Olá humanos!

Holy Shit!!! 

Com o perdão do palavrão, começo este post me desculpando pelo atraso com que venho publicando meus textos, atrasos esses que só aumentam a cada intervalo. Acredito que tenha sido o maior desde meu último post. PROMETO, me esforçar para postar com mais frequência, quem sabe até retomando o ritmo dos primeiros meses do blog. 

Enfim, vamos lá.

Eu vim aqui para falar de cinema. Mais especificamente cinema brasileiro. E, ao contrário do que alguns podem pensar, meus dedos frenéticos e ávidos por escrever não se movem somente para meter a lenha em algum assunto. Também sei elogiar, quando vejo que é necessário e merecedor. Acreditem se quiserem, hoje será um post totalmente positivo. Sem críticas, sem alfinetadas. Tá, talvez algumas. Poucas. >=D

Sexta-feira passada (12) passei o dia no shopping, mais exatamente, no cinema. Sozinho, resolvi fazer um agrado e assistir dois filmes no mesmo dia, e acabei escolhendo dois brazucas. O primeiro, é o badalado, fodão, megacomentado e superestimado, idolatrado salve salve, Tropa de Elite 2. O outro, Muita Calma nessa Hora, filme de estreia  do hilário e extremamente talentoso Bruno Mazzeo. 

Os dois filmes são fantásticos, dadas as diferenças entre eles, que são óbvias. Fui de uma extrema tensão, que é o filme do Wagner Moura, a uma comédia relaxante e divertida. E só tenho a elogiar.


Tropa, que é a continuação daquele filme que o Brasil inteiro viu antes de chegar aos cinemas, reflexo da pirataria que toma conta da indústria cultural no mundo todo. A história é simplesmente fantástica, uma ficção que tem tudo para retratar uma possível realidade da sociedade brasileira. Tropa de Elite 2 esfrega na cara do brasileiro que nosso país é corrupto, um lamaçal ético na maioria dos setores da sociedade. A polícia se vende por qualquer montante de dinheiro, e os bandidos que parecem não se importar com as "otoridade" têm o aval de políticos que se beneficiam DIRETAMENTE do crime organizado. O filme deixa claro que não há para onde recorrer, ou até mesmo correr, porque temos a impressão de que a máfia está incrustada no alma das instituições ditas democráticas. Depufedes (diminutivo para deputados federais) só se importam com o povo em ano eleitoral, e até mesmo uma investigação é obstruída pelo simples fato de ser ano de eleição. É um tapa na cara do telespectador brasileiro. Aposto um dedo como não há uma pessoa sequer que não tenha saído da sala do cinema, no mínimo, com um tremendo desconforto no estômago. A verdade dói, mon ami. E Tropa de Elite 2 é uma daquelas verdades indigestas que nos fazem voltar para casa nauseados, num bom sentido (Atividade Paranormal te faz sair do cinema com vontade de vomitar, mas por motivos menos nobres). Eu fiquei horas pensando em fazer um post metendo a ripa no tema do filme, mas percebi que era redundante, já que o filme por si só é axiomático no que tange o caráter do nosso povo. Sim, digo que a falta de honestidade é um miasma que afeta a todo o povo brasileiro, não porque sejamos diretamente corruptos, mas ao votar nos caras que roubam seu dinheiro na cara dura, você está endossando os atos condenáveis desses senhores. Podemos não ser corruptos na atitude, mas o somos na ausência dela. 


Bem, Pra findar a parte de Tropa de Elite, digo que precisei de um tempo para respirar e pensar na minha vida, digerir tanta safadeza em forma de película. (hahaha quem se sentiu pesado no fim do filme, sabe do que estou falando). No frigir dos ovos, o filme é bom pra Baralho. Recomendo mil vezes. 

Detalhe para a atuação de Wagner Moura e a cena de Brasília que tá simplesmente linda, minha cidade.


Sobre o outro, Muita Calma Nessa Hora, também só há coisas boas a falar. O elenco tá super divertido, as piadas tem a malícia desse novo humor que tá tomando conta do Brasil. Piadas inteligentes, sem pastelão e com atuações memoráveis, o filme arranca risadas do início ao fim. Vale a pena. Detalhe para a atuação de Marcelo Adnet (sou fã!) fazendo papel de um típico paulistano rico. Chorei de rir. Este tipo de filme é bom para mostrar que nosso país vai muito além dos morro cariocas e das gírias da favela. Existe um Brasil imenso, e existe espaço para todas as expressões.


Esses dois exemplos de filmes que o Brasil vem produzindo é um reflexo de anos de amadurecimento artístico na área do cinema nacional. Nosso país é rico em cultura e cheio de gente que esbanja talento. Não somente no cinema, mas nas artes em geral. Somos um país que teve sua arte ameaçada, pela censura cruel da ditadura militar, e mesmo assim, permanecemos de pé, produzindo cultura da melhor qualidade. Percorremos caminhos diversos, desde a pornochanchada até o cinema novo, hoje vemos um mercado cinematográfico aberto ao mundo todo, ganhando prêmios internacionais como a Palma de Ouro e o Urso de Ouro, nos festivais de Cannes e Berlim, respectivamente. Tivemos atores estrelando filmes hollywoodianos (Rodrigo Santoro e mais recentemente Juliana Paes) e diretores fazendo filmes que concorreram a Oscares(Central do Brasil e Cidade de Deus). Ou seja, temos potencial, e muito. Fico muito triste quando vejo alguém que declara não gostar de filme brasileiro. Triste não, fico com pena. 



Ósculos e amplexos, humanos. 

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