Olá humanos!
Queria começar esse post com uma pergunta: vocês gostam da liberdade?
Eu, particularmente, a adoro. E acredito que boa parte de vocês dirão o mesmo. A liberdade de credo, de expressão, de escolha, de ir e vir, de amar a quem quiser. Enfim, a liberdade de uma forma geral. É delicioso ser livre.
A diferença, caros habitantes deste planeta enfermo, é que a liberdade, como a conhecemos, é um valor NOSSO. É um conceito que nós crescemos sabendo. Que desde que éramos pequeninos, sabemos o que significa ser livre, no sentido legal da palavra. E por que eu digo que é um conceito NOSSO? Pelo simples fato de que nem todos no mundo conhecem a palavra "liberdade" com a amplitude com que nós o fazemos.
Praqueles que estiveram passeando em Vênus nos últimos dias (é um planeta cheio de mulher, vale a pena conferir), há um caso que está balançando a comunidade internacional. No Irã, Sakineh Mohammadi Ashtiani, iraniana de 43 anos, mãe de dois filhos, foi condeanada à morte por lapidação (apedrejamento), por ter mantido relações com dois homens, fora do casamento. Em 2007 ela recebeu as famosas 80 chibatadas, pelo mesmo "crime". Bem, na cultura islâmica trair é um crime. De acordo com os valores daquele povo, Sakineh "merece" morrer por que é uma criminosa. Já parece absurdo por isso, mas consegue ficar pior, sabem por quê? Porquê Sakineh não traiu seu marido. Ela é viúva. Ela teve dois namorados, após a MORTE de seu marido. Isso é adultério para eles. Por conta disso, a pobre mulher está sentenciada.
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Sakineh Mohammadi Ashtiani |
Sabemos que cada país é soberano em suas ações, e não há nada que os outros possam fazer para mudar uma decisão como essa. Só implorar pela piedade do governo iraniano. Lula ofereceu asilo a Sakineh, em terras tupiniquins. Carla Bruni, primeira dama francesa, mandou uma carta à imprensa intercedendo em favor da mulher (detalhe:
ela foi chamada de prostituta, por um aiatolá, depois dessa atitude). A secretária de estado dos EUA, Hillary Clinton, pediu que o governo iraniano considerasse a proposta de asilo feita pelo Brasil. Ou seja, o mundo ocidental não se conforma com tal atrocidade. E é aí que está o problema.
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Irã |
O mundo ocidental diverge em muitos aspectos do oriental. A liberdade é um deles. Nosso planeta segue na mão do progresso, mas os países do oriente parecem ir na contramão da civilização. Prova disso é o apedrejamento de pessoas, uma punição dos tempos de Jesus Cristo, sendo utilizada em pleno século XXI. Isso me revolta profundamente. Me revolta sermos obrigados a aceitar a soberania de um país acabar com 3 vidas (tô contando com os filhos dela) em nome de uma fé preconceituosa e arbitrária. Uma fé carrasca, carcerária, que pune a liberdade de viver de seus seguidores. Uma fé impiedosa. A soberania de um estado não pode ficar acima da soberania do direito à vida e à dignidade, inerente a todos os seres humanos.
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Pena capital por apedrejamento no Irã |
O mundo ocidental tem problemas mil, mas não podemos dizer que não temos nosso livre arbítrio assegurado. Assegurado pela lei, pelo governo. Somos racistas e preconceituosos, mas sustentamos uma imagem (hipócrita) de tolerância, pelo fato de que a Constituição garante a liberdade de ser diferente.
A homossexualidade é odiada por alguns, a sociedade torce o nariz para casamentos inter-étnicos, viram o rosto para ateus e veem com maus olhos um casal de idades muito diferentes. Mas não há nada que se faça. Temos que aceitar. Precisamos aceitar que o mundo não é padrão. E nesse aspecto podemos dizer que nosso estado é superior. Você pode ir aos EUA, à França ou ao Brazil. Discriminação é crime.
Vivemos em dois mundos diferentes, no mesmo planeta. Basta cruzar o meridiano de Greenwich para adentrar uma realidade totalmente díspar da nossa. Valores que talvez ignoremos por completo. Não vou dizer que lá é pior ou melhor. Não existe cultura pior. Mas eu cresci dentro de uma cultura que respeita a vida e a liberdade, e que não acredita que uma mulher deva morrer por um suposto adultério.
Humanos em geral não são boas criaturas. Mas nem por isso merecem morrer. E pela liberdade de amar, muito menos.
Reflitam, comentem, critiquem, concordem, xinguem ou simplesmente digam "olá". Agora não tem mais burocracia pra fazer comments. Todo mundo liberado!!!
Fico por aqui. Ósculos e amplexos.
ps1: Tenso esse post não é?
ps2: Escrevi esse post ao som do álbum "Polisenso" da banda carioca Forfun. É uma das minhas favoritas. Vale a pena dar uma ouvida. =)
XD
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